domingo, 22 de abril de 2012

Se divertindo com a “História sem fim”.



Dizemos que uma mesa de RPG tem encontros periódicos para o jogo acontecer. Cada vez que os jogadores se encontram é chamado de seção. Várias seções do mesmo jogo com os mesmos personagens, é chamado de campanha. Todas as campanhas que podem ser criadas com os mesmos personagens (tirando os que morrem, nesse caso, o jogador que perdeu o personagem poderá criar outro e continuar no jogo), são chamadas de aventura.

As pessoas que não jogam RPG podem se perguntar: como sentar numa mesa por horas em diversas vezes, com as mesmas pessoas e continuar jogando o mesmo jogo pode ser divertido? Uma hora não enjoa?
A ideia do RPG é bem parecida com uma história de um jogo de video game. Você precisa jogar diversas vezes o mesmo jogo para poder experimentar tudo o que aquele jogo tem a oferecer. No RPG você está interpretando a vida de um personagem criado por você, o que vai ocorrer com essa vida será decidido no jogo. O mestre que cria a hisória dará a você várias possibilidades de experimentar tudo o que aquele jogo tem a oferecer.

Sentar com as mesmas pessoas em uma mesa, várias e várias vezes, te leva a passar coisas novas em cada seção que participa, em cada campanha que chega ao fim e em cada aventura diferente de RPG.
A diversão desse jogo está relacionada a interpretações diferentes de seus personagens, as ideias de histórias que o narrador conta e ao acaso dos dados para realizar as ações com sucesso. Isso faz com que uma seção nunca seja igual a outra, nenhuma campanha seja igual a outra e nenhuma aventura se pareça com a outra.

Para os que acreditam que somente esses acasos e histórias diferentes trariam o enjoo de se estar numa mesa diversas vezez, o fato de você escolher aquele grupo de RPG pra jogar aquele determinado jogo, mostra uma afinidade mínima entre os participantes. isso quer dizer que dentro do jogo, entre uma ação e outra, existem conversas, papos extra-jogo e todo o clima que amigos teriam em um banco de praça ou em uma mesa de bar (com a diferença de que, se beber demais no RPG, você corre o risco de fazer besteira e perder o personagem).
Uma dica é: se o jogo não te diverte por causa dos jogadores ou por causa da história contada, saia da mesa e procure outra. Conheço diversos casos de pessoas que já não estavam se divertindo em uma mesa e acabaram se stressando com o jogo que já não estava dando certo ha algum tempo.

Não existe um limite de quantas seções terá uma história de RPG, o mestre pode ter uma noção de quanto tempo os jogadores levariam pra terminar uma campanha, porém até onde vai a história dependerá de quanto os jogadores e o mestre vão querer continuar (conheço casos de pessoas que jogaram durante 5 anos o mesmo jogo,  duas vezes ao mês, e casos ainda mais extremos, de pessoas que jogaram durante 6 anos, 2 vezes por semana). Então resumindo: geralmente o RPG não é um jogo com fim pré-determinado. E geralmente é encarado como uma maneira de se encontrar um grupo específico de pessoas e se divertir com elas.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Todo jogo tem regras, mas nem sempre são favoráveis a você!


Jogos possuem regras ok? Isso faz com que eles tenham limites. No RPG não é diferente.

Existem milhares de tipos de RPGs. Hoje os mais conhecidos são os RPGs on line (infelizmente) porém o RPG que está sendo tratado no manual do RPGista é o RPG de mesa, que são os RPGs com interação real e pessoal, sem auxílio de equipamentos ou consoles de video-games.

Como o rpg é um jogo de interpretação de papeis, é necessário que haja regras limitando suas capacidades e ações (sem isso voltamos a infancia com interações de batalhas e discussões sobre quem venceu e porque). Para isso existe a ficha de personagem e o dado como já falado anteriormente.

Na ficha estará contido tudo que representa seu personagem nas regras do jogo, como: Altura, peso, força, velocidade, habilidade com armas e equipamentos, seu nivel de inteligência e de conhecimentos específicos como história e mecânica. Se o personagem possui defeitos como por exemplo ser cego, manco, chato!(eu sei que tenho esse defeito, só que utilizo quando quero). E se o personagem possui qualidades, como por exemplo ser rico, ouvir bem,  ter aliados importantes.

Cada jogo de rpg pode ter seu próprio sistema e seu próprio cenário.

Os sistemas são as regras que definem o jogo, podendo ser bem realista, em termos de dificuldade, ou fantasiosos, possibilitando o personagem a fazer coisas que quebrariam a realidade (a maioria dos RPGs tem um tom fantasioso para possibilitar os jogadores a se divertir sobrevivendo a explosões ou até com poderes de magia ou poderes mentais). Os dados são utilizados para definir o nivel de erro ou de acerto de uma ação (a parte mais complicada é quando você precisa de bons resultados e os dados parecem que querem te ver chorando). Se um personagem é muito carismático, porém pouco forte e o outro é muito forte e pouco carismático, o muito carismático teria mais probabilidades de conseguir convencer alguém de que ele está falando a verdade, do que o forte e, por sua vez, o forte teria mais chances de derrubar uma porta do que o carismático. Usando essa lógica, os dados são jogados para definir as dificuldades das ações.

Cada sistema utiliza regras diferentes, com dados diferentes para expressar as probabilidades das ações dos personagens.  Existe uma variedade enorme de dados, de diversas formas e quantidade de lados. Os dados são conhecidos com a ledra D e o numero de lados que ele possui.


D4, D6, D8, D10, D12, D20 são as formas de dados mais utilizadas. Porém existe uma variedade muito maior a ser utilizada. Os mais jogados são os sistemas que utilizam os D10 e os D20.

Os cenários são as ambientações onde o rpg é montado, podendo ser desde fantasias medievais, como senhor dos anéis, a terror moderno, como em filmes te terror. Existem cenários de todos os tipos e a lista é tão enorme que precisaria de um blog só pra ela. Como isso não é possível, direi alguns dos muitos cenários existentes.
  • ·        terror punk gótico ( vampiro: a mascara, lobisomem: o apocalípse, aparição: o limbo)
  • ·         medieval fantástico ( forgotten realms, rune quest, dragon lance)
  • ·         comédia (toons , defensores de tóquio, mulheres machonas armadas até os dentes)
  • ·         era vitoriana ( ravenloft)
  • ·         oriental antigo (legend of the 5 rings , aventuras orientais)
  • ·         oriental moderno (kuei-jin , vampiros do oriente)
  • ·         era dos vikings (Vikings: herois do norte)
  • ·         fantasia (castelo falkenstein, changelings)
  • ·         bang bang (dead lands, werewolf: wild west)
  • ·         ficção científica (invasão , millenia)
  • ·         herois com poderes (mutantes & malfeitores, GURPS Supers)
  • ·         anjos e demônios (trevas, in nomine)
  • ·         pirataria (7th Sea)

ok! Agora você já entendeu que a lista é extensa e existem cenários pra todos os tipos e gostos (ha um tempo, navegando na internet, me deparei com RPG da novela malhação. No mesmo momento desliguei o computador e tentei dormir pra ver se esquecia).


Não há limites para se criar um cenário. Basta que o narrador tenha uma ideia, convença seus jogadores, pense no sistema que ele quer usar para comportar aquela sua ideia e crie seu próprio cenário.

Agora você já sabe a diferença entre sistema e cenário e já entendeu um pouco mais para que servem os dados.

      
         

quinta-feira, 19 de abril de 2012

RPG para não entendedor!

Essa postagem é destinada as pessoas como minha namorada, que nunca souberam como o rpg é jogado. Eu dedico esse artigo de postagem a ela!

O rpg é um mito em nossa sociedade moderna . As religiões protestantes informam que é uma pratica do demônio. A mídia associa a morte de estudantes em um cemitério em Minas Gerais ao jogo (mesmo os acusados tendo sido inocentados e a própria mãe da vítima parece ter parado de culpá-los) e agora até uma novela tenta mostrar o rpg como um seita de garotos malvados e autistas. Todas essas fontes de informação são incompletas, e só quem pode ver isso é quem presencia um jogo de RPG. Por isso sentem na mesa agora, e vamos começar a aventura.



Como eles querem fazer o RPG ser:
Pra você jogar RPG precisa de um punhal consagrado pelo demo, uma mesa de sacrifícios, estar em um cemitério, usar roupas pretas, cantar :      666 the number of the beast. Hell and fire was spawned to be released”... dados satânicos, e livros com imagens de monstros devorando gente.



Como é realmente jogar rpg:
O jogo consiste em sentar numa mesa com amigos, onde um deles será chamado de narrador(algumas vezes conhecidos também como mestres, M.j. ou Mestre ladrão), ele é o jogador que conta as histórias onde os outros jogadores deverão interagir nela. Cada jogador tirando o mestre terá um personagem para interpretar.(muitas vezes a interpretação é mais falando pra que lado você quer ir ou que atitude tomar frente a uma adversidade).
Para jogar RPG você precisa de:
Papel (geralmente uma ficha de personagem impressa) lapis(ou caneta, lapizeira, carvão, tinta guache, etc...) borracha (ou dedo lambido) dados, salgadinho(não é regra mas quase sempre têm), refrigerante (não tente jogar alcoolizado) e pessoas querendo se divertir como em um jogo de tabuleiro.

Quando criança é bem comum alguém imaginar estar em um mundo fantasioso, onde você pode ser desde um cowboy, ou um grande lutador. As crianças costumam fazer brincadeiras em conjunto que são como combates imaginários. (quem nunca gritou: VOCÊ NÃO ACERTOU NÃO. Enquanto o outro gritava: EU ACERTEI SIM. VC ESTAVA NA MIRA E EU ATIREI, AGORA MORRE LOGO E CALA A BOCA!)  pois bem. O RPG é você colocar regras nisso.
Imagine uma cena de um filme qualquer. Usarei como exemplo um filme pouco visto: A lagoa azul.

Você estava a bordo de um navio nalfragado e acabou encontrando uma ilha paradisíaca. Coqueiros enormes estão a sua frente, as areias brancas e limpas estão geladas, porém lhe trouxeram esperança de não morrer afogado. Barulhos na mata a sua frente lhe fazem pensar que há muita vida animal pulsando na floresta. No entanto como é um local desconhecido também pode ser perigoso, trazendo animais ferozes ou qualquer coisa que sua cabeça pode imaginar...

Nesse momento os jogadores que controlam os personagens que naufragaram podem escolher o que fazer. Qualquer ação é possivel, desde que possa ser executada pelo seu personagem. Nessa hora, pra saber de suas capacidades e limitações, os jogadores terão uma ficha contando basicamente como é seu personagem. Se ele é forte, inteligente, carismático, resistente (dependendo do jogo que for, pode ter especificações como seu grau de aparência ou quão chato você pode ser). Depois das descrições chega a parte onde cada um decide o que fazer. Um dos jogadores da mesa pode decidir explorar a floresta, dizendo a direção que pretende tomar. Os outros jogadores podem ficar discutindo de quem foi a culpa do navio nalfragar.
Imagine o jogador que decidiu ir mata a dentro encontrando comida, água e um lugar propício para a construção de uma cabana. O jogador em questão pode escolher o que fazer com essas informações. Desde não contar nada a ninguém ou até mesmo começar a construir tudo sozinho. Imagine se esse personagem encontra um animal feroz. Ele pode optar por enfrenta-lo se possuir alguma arma ou alguma habilidade em combate (as vezes ele pode querer enfrentar, mesmo não tendo nenhum dos dois e ainda culpar o narrador pelo seu personagem morrer).
Geralmente a função inicial do mestre é criar um clima onde todos precisem se unir pra conseguir vencer os desafios que serão apresentados pelo narrador.
Continuando a mesma história proposta, o narrador pode descrever que essa ilha é habitada por indígenas canibais e que estão famintos por carne nova!
Os jogadores teriam que decidir pelos seus personagens o que fazer. Se iriam entrar em batalha contra esses indígenas. Se iriam tentar uma comunicação pacífica entregando um dos personagens para honrar o acordo de paz. (se na mesa de RPG tiver pessoas íntimas, que tenham com você um nível de implicancia, é bem capaz disso acontecer mesmo)
Agora você já está entendendo mais ou menos como é esse jogo , aguarde a próxima postagem com mais informações.
                                                                                            


Este é o inicio!

Olá a todos.
Meu nome é Pietro B. von Doellinger e jogo RPG a pouco mais de 10 anos.
Como primeira postagem, eu espero passar a todos uma ideia do que será visto nesse blog.
frequentemente conheço pessoas que nunca ouviram falar do RPG, e como já fui uma delas tenho uma vontade enorme de fazer com que entendam como pode ser divertido e interessante este jogo tão querido em diversas partes do mundo.
O objetivo desse blog é ser mesmo um manual de como funciona esse jogo. sendo útil a qualquer marinheiro de primeira viagem e qualquer leigo no assunto.
Futuramente pretendo por no blog diversas ideias e dicas para qualquer um poder se iniciar nesse hobby. conhecer novos jogadores, criar mesas e até incentivar o interesse em narrar uma história.